segunda-feira, 2 de julho de 2012

Prometheus: uma odisséia no espaço


Tá certo que todos os filmes de ficção científica que a gente veja vão ser inspirados em 2001: uma odisséia no espaço. O detalhe é como beber dessa fonte sem ser descarado ou sem ter identidade fílmica. E nesse caso, como o mesmo diretor faz um filme com referência de outro. Ridley Scott é famoso foi Blade Runner e Alien o 8 passageiro. E ele decidiu fazer outra aventura espacial com Prometheus, o filme que está dividindo mais opiniões do que a partilha da pipoca na sala de cinema.


Com uma abertura de encher os olhos de qualquer estudante de Geologia, o filme fala sobre a busca da imortalidade que seria dada pelos extraterrestres. Essa é a premissa inicial. Os outros pontos são o filosófico e as lutas internas para se conquistar algo desejado. A parte filosófica é a famosa questão do quem somos, qual nossa missão e para onde iremos, a origem de tudo que existe. A película começa a desenvolver essa ideia mas não se aprofunda, mas nem por isso o filme perde seu valor intelectual. Ele apenas levanta as questões, não encerra os pensamentos e deixa para que o próprio espectador tire suas conclusões.


A tão ávida busca pela imortalidade também é tratada no filme. O surpreendente personagem de Guy Pearce revela até que ponto uma pessoa pode ir e o preço que ela pode pagar para conseguir essa coisa utópica. Um outro ponto bastante comentado é a comparação entre Prometheus e Alien o 8 passageiro. Começando que o protagonista é uma mulher obstinada em se aprofundar em seu objeto de estudo, a segunda é que a história se passa no espaço e tem um extraterrestre que deseja exterminar a terra. Pronto, esse é o ponto pra todas as especulações e comparações iniciarem. A dica para ver esse filme é se desprender de toda e qualquer comparação e aproveitar a boa narrativa que nos é oferecida, embalada pelas belas imagens e efeitos especiais de encher os olhos.


O elenco também é outro ponto forte do filme. Quem se destaca mesmo é a Noomi Rapace, a Lisbeth Salander da versão sueca da trilogia Millenium. Ela faz uma Elizabeth Shaw forte, destemida, determinada e que faz um contraponto ao personagem de Chalize Theron, que também nos dá uma ótima interpretação no papel da comandante da expedição ao planeta alienígena. O personagem que se destaca tanto quanto a Noomi é o robô feito por Michael Fassbender. Com uma estrutura facial marcante e um talento latente, Fassbender faz um andróide perfeito, um quase humano que idolatra Lawrence da Arábia, copiando desde suas falas até a cor do cabelo e o penteado.

Scott teve coragem de fazer o que hoje se chama de prequel de Alien sem ser uma cópia de sua própria obra. Ele consegue criar uma outra narrativa que de alguma forma, acaba explicando e dando embasamento ao famoso Alien.


A impressão que me deu ao ver Prometheus é que Blade Runner e Alien devem ser vistos com olhos mais interessados e ver como as obras se conectam. Ainda em dúvida para ver? Aproveite que ele ainda está em algumas salas de cinema aqui na cidade e aproveite o sci-fi. Ele merece ser visto de verdade.




Por Sandra Martins.

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